SONETO DA ENTREGA

Te procurei nos lugares mais prováveis de não te achar.
Como que por milagre , você estivesse lá.
Na mesmice , no vazio , me arrumei pra te encontrar .
Ainda que aborrecido continuei a te esperar .

Tentei ser mais pratico e fingido, nessa coisa de amar .
Na tentativa frustada de minha alma esquentar.
Mas a verdade é um grilo, difícil canto a ignorar .
Parecia durmir tranquilo , mas paredes eu não pude enganar .

Resolvi fugir do possível , do que chamam de razão .
No mar joguei uma garrafa , com meu nome e grito por salvação.
E por toda sorte do mundo foi ela parar na sua mão .

Numa tarde de dia corrido , recebi a confirmação .
Que do outro lado um anjinho respondera minha oração.
E com essa louca estoria , te entrego meu coração..
ANTÔNIO JOSÉ PACHECO SOARES