NINA
À deriva , sem noção de tempo
Na escuridão daquela sala.
Apenas vultos que mais me assombravam .
Havia descido de um barco há pouco tempo ,
Me atirei no mar por desnorteio.
Não sabia para onde ia , mas sabia que o caminho era errado.
Me avisaram , Não pule !! Não saberás quando passará outro barco!
Podes não aguentar a solidão do mar !
Antes do salto lembrei ,
Não há solidão maior que a do medo!
Realmente ...
O mar é frio...
O mar é sombrio...
Às vezes agitado...
Tinha dias que eu pescava
Tinha noites que eu era peixe
Ah !!! e as noites ,
Sempre esperando o sol nascer para esquentar meus ossos.
Aguardava ...
Olhava as estrelas ...
As admirava ...
Sabia que não podia tocá-las
Mesmo assim eu as seguia , procurando o meu destino .
Não estava só ,
estava com todo o universo a minha disposição.
E numa dessas noite na escuridão do mar daquela sala,
As luzes se acenderam .
Como uma alvorada ,
um novo dia ,
uma nova vida.
As estrelas tinham razão .
Uma linda Nau se aproximou ,
E uma luz tão intensa desvendou o belo mar de seus olhos .
Com um olhar que abriu passagem ,
de maneira imponente .
Eu já esperava essa Nau ...
Essa Nau que rompia o mar formando marolas no seu casco ,
Marolas desenhadas pela pureza de seus cabelos.
Marolas tão alvas que só poderiam nascer de sua tez.
E ao se aproximar de mim pude escutar a força de sua voz.
Um som como o das ondas do mar ,
como o do sopro dos ventos.
Pude também escutar o canto das gaivotas ,
felizes por sua companhia.
Mas pensei que poderia ser apenas ecos do meu peito.
Sem perguntar ao capitão ,
subi a bordo como um clandestino .
Não me interessa quanto chão eu tenha que lavar ,
Ou poemas tenha que escrever.
O que interessa e que estou abordo da minha Nau ,
Em direção a um novo continente
Uma nova vida , Uma nova esperança ,
Uma nova terra onde eu possa me criar Crescer ,
ser feliz ,
Ser colono ...
Se por acaso ,
eu tiver que descer desse barco,
Ainda assim agradecerei .
Pois tive a oportunidade de navegar nessa Nau .
Assim como fez Colombo,
Também pude “ viajar “ numa linda Nau Chamada Nina ...
Antonio Jósé Pacheco Soares 2008
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